segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Dançando Lentamente Num Quarto em Chamas

 Existem nas relações diversos lugares comuns, entre eles temos as brigas. Nada mais normal do que uma pequena discussão entre duas pessoas que convivem ainda mais quando o convívio ultrapassa a amizade. Quando se está namorando adota-se, mesmo que sem notar, uma postura de controle sobre a outra pessoa. Essa postura estende-se para casamentos e afins. Essa postura não chega a ser condenável tendo em vista que a partir do momento em você assume compromisso com uma pessoa a sua imagem torna-se atrelada a imagem dela, e nada mais normal que você controlar sua própria imagem. Ninguém quer ter uma imagem negativa perante a sociedade. A partir do momento que você se compromete com outra pessoa tudo o que você faz reflete nessa pessoa. Isso também funciona no sentido oposto, portanto, tentar estar no controle é algo natural.
Muitas vezes esse controle torna-se motivo de brigas que por mais que possam parecer brigas sérias, no fundo, são apenas momentinhos bobos na cronologia da relação. Assim como o exemplo do controle citado diversos outros fatores podem causar brigas. Falta de atenção e cuidados, descompromisso com a relação, ausência física, falta de criatividade e falta de entusiasmo são apenas alguns dos motivos que podem gerar uma briga ou uma crise na relação. Vale dizer que crise nesse contexto refere-se às situações que vão contra o bem estar da relação não sendo necessariamente algo muito grave. Geralmente as crises em um casamento ou namoro podem ser gerenciadas e revertidas para que tudo volte ao normal. A verdadeira crise, no sentido mais violento da palavra surge quando as pequenas crises não são revertidas e sim abafadas.
Para ilustrar essa ideia metaforizemos. Todo incêndio tem inicio em uma pequena chama. Se você conseguir apagar aquele fogo inicial você consegue evitar que o incêndio de fato tenha início. Para que haja fogo é necessário um combustível, um comburente e uma faísca. O combustível pode ser algum liquido inflamável, ou uma folha de papel, o comburente – que nada mais é que o elemento que associado ao combustível o faz entrar em combustão – é o oxigênio, abundante no ar que nos rodeia, e a faísca pode ser qualquer chama, de um isqueiro ou um uma vela, por exemplo. Se cortarmos a reação entre combustível e comburente o fogo se extingui, para que o oxigênio não chegue mais até o combustível pode-se jogar água sobre o mesmo ou então tapa-lo com algo que evite a entrada de oxigênio no local, um pano de algodão por exemplo. No entanto se errarmos no liquido e em vez de água jogarmos gasolina sobre o fogo ou então tentarmos usar papel em vez de um pano para abafa-lo teremos o efeito contrario, estaremos alimentando o fogo, e ai ele deixa de ser uma chama e tem-se início o incêndio.
No relacionamento as coisas funcionam exatamente da mesma forma tendo os motivos da crise como combustível, a persistência nos mesmo como comburente e qualquer coisa como faísca – desde alguns minutos de atraso até o completo descaso para com o outro. Enquanto houver erros, persistência nos mesmos e qualquer detalhe imperfeito as chamas iram aumentar e aumentar até tomar todo o cômodo (que a partir de agora chamarei metaforicamente de quarto, devido ao que um quarto significa em uma relação). E quando o incêndio toma conta do lugar – no caso da relação – Ou você corre pra se salvar sozinho ou você apaga as chamas que estão consumindo o quarto junto com a outra pessoa. É aqui que os maiores erros ocorrem.
Às vezes as pessoas apenas decidem pular fora do quarto sem antes tentar apagar as chamas. Seja por comodismo, ou por falta de motivação pessoal ela simplesmente pula fora deixando que a outra pessoa queime sozinha sem nem antes ver se seria possível controlar o incêndio. O mesmo comodismo gera o erro inverso. E em vez de apagarem as chamas juntos o casal começa a abafar as chamas sem perceber que usam papel em vez de pano para isso. Por um tempo o fogo fica coberto, mas logo ele consome o papel que o cobre e surge mais forte do que antes. E a cada vez que ele é abafado quando volta está mais e mais forte. É ai que aqueles momentos bobos de pequenas brigas tornam-se um profundo e ofegante ultimo suspiro.
Mas o Amor supera tudo”. É o que muitos vão dizer e eu digo que é justamente ele que acaba ferrando com tudo. É pelo amor que se abafa o fogo. “Tudo que já vivemos até aqui não pode ser deixado de lado só por causa disso...”, “O que eu sinto por você é muito forte pra acabar assim”. Pedaços de papeis colocados sobre o fogo. É também o amor que gera o costume da presença que muitas vezes faz com que a pessoa não queira terminar. De modo bem cético e biológico o amor nada mais é do que uma série de hormônios liberados pela glândula adrenal que gera todas as respostas que denominamos como amor. Mãos suadas, respiração ofegante, pupilas dilatadas, taquicardia... Esses mesmo hormônios geram a sensação de bem estar com as lembranças referentes à pessoa dita amada tal como com sua presença, sua voz, seu toque. E por questões biológicas, evolutivas tendemos a ter sentimentos negativos quando nos separamos. Somos uma espécie que vive em sociedade e todo laço que desenvolvemos fortalece a sociedade a qual fazemos parte. Desfazer um desses laços significa para nosso inconsciente significa enfraquecer o social.
Não vou me aprofundar mais nas questões biológicas para não deixar o texto maçante, para esse texto basta entender que o fato de sermos animais sociais vai fazer com que nosso cérebro não queira que nos separemos mesmo que a logica mostre que o melhor a se fazer é terminar. O amor faz com que acumulemos e abafemos (sempre com papel) combustível para um grande incêndio sentimental. Chega um ponto que fica impossível combater o incêndio e o que resta, ou pelo menos deveria restar, é a opção de se retirar do quarto em chamas. Mas então o hipervalorizado amor faz com que a única opção sensata seja vista como uma opção errada, e como se fosse uma canção que os ensurdecem para a verdade guia o casal em uma dança de cegos. Quando você menos espera você já está dançando lentamente num quarto em chamas.
      

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Teste de postagem!

sábado, 26 de junho de 2010

Quase

pensando em postar aqui faz um tempo, mas não estava com criatividade pra escrever nada. Ontem quando fui escrever um depoimento no Orkut pra uma amiga achei um texto no meu acervo. Como ele tem haver com os textos que eu postei por aqui decidi posta-lo. O texto de do Luís Fernando Veríssimo. Aproveitem!



Ainda pior que a convicção do não, a incerteza do talvez, é a desilusão de um "quase". É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são.
Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência, porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Pros errosperdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma.   

sábado, 6 de março de 2010

Sobre Amores e a Eternidade (Parte II)

...Voltamos aos riscos. Se você entendeu o raciocínio acima já deve fazer idéia de quais são os riscos sobre os quais eu estou falando, se não conseguiu acompanhar não tem problema, logo você vai entender. Aqui voltamos para outra parte do texto, o cenário negativo da amizade entre homem e mulher.
Levando em consideração o raciocínio acima podemos afirmar que um casal de amigos possa vim a se tornar um casal de namorados, no entanto existem outros fatores que podem atrapalhar nessa questão gerando essa idéia de que um casal de amigos não pode vir a ser namorados. O principal fator acaba sendo a própria amizade. Quantas vezes nós homens não escutamos “Não dá porque nós somos amigos”.
Qual é a lógica disso? Somos amigos, então não podemos namorar. Ué então o que você quer, quer namorar um inimigo? Obviamente não é isso, no entanto, as mulheres complicadas como são, não iria facilitar explicando – talvez porque nem elas mesmas saibam a lógica dessa desculpa – Elas querem que você entenda (Já percebeu que mulher sempre acha que nós devemos entender o que elas querem dizer?) por mais que seja impossível entende-las às vezes.
Caímos então no princípio, dessa vez não no princípio de tudo, apenas no princípio do texto, o titulo. Qual é relação entre Amores e a Eternidade? Nenhuma. Isso mesmo não existe relação. Por mais que sejamos doutrinados a acreditar que amores são eternos a verdade é que eles não são. Não temos como garantir que um relacionamento vá durar pra sempre. Se você quer mesmo ter aquela pessoa do seu lado pra sempre é melhor manter apenas na amizade. Amizades sim são eternas. Ainda assim não tenho o objetivo de desencorajar os amigos apaixonados, pelo contrario, acho que devem sim dizer o que sentem, expor o que estão pensando. Deve se arriscar.  
Quando elas dizem “Não dá porque nós somos amigos” elas só afirmam que amores não são eternos e que no fundo, por mais que elas queiram acreditar no contrario, elas sabem disso. Quando usam a amizade como desculpa, elas estão optando pela possibilidade de ter você eternamente ao lado dela, já que amizade é eternidade e não amor. Bonito não é? Muito bonito, mas muito chato também!
Não é melhor ter arriscado e no futuro pensar “eu tentei” ou então “foi bom ter dado certo por tanto tempo” do que se resguardar e sempre pensar “talvez tivesse dado certo” ou “se eu tivesse feito...”?
Portanto não deixe de dizer o que você quer por medo. Por medo de perder a amizade, medo de receber um não, medo de criar um clima chato. Talvez a amizade nunca seja o foi um dia, talvez você ouça o não, talvez fique um clima chato entre vocês ou talvez ela diga sim – talvez não ao primeiro “impacto” – Insista, depois do primeiro passo não adianta voltar atrás.
Por mais que as possibilidades de tudo dar errado sejam maiores, existe a possibilidade, a única possibilidade de que dê tudo certo. E uma única possibilidade positiva já vale os riscos.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Sobre Amores e a Eternidade (Parte I)



Vamos hoje falar sobre riscos. Como morador do estado do Rio de Janeiro acho que estou apto para falar sobre os riscos comuns, no entanto, como esse blog foca nas relações interpessoais, principalmente relações amorosas, falarei sobre os riscos relacionados a isso. Vamos começar do principio.
No principio havia só escuridão, então Deus disse: “Haja luz.” Então houve luz... Aquela velha história que todos nós conhecemos. Avançando um pouco a história chegamos ao nosso ponto de partida. Um homem e uma mulher. Tudo começa assim. A partir desse momento onde se junta um homem e uma mulher os riscos começam a aparecer. No melhor dos casos existe o risco de um não gostar do outro, em casos mais graves o pior pode acontecer e um gostar do outro, nada de mais, apenas um vai com a cara do outro. É ai que os riscos reais surgem.
Existindo empatia entre ambos tudo pode acontecer. Em um cenário positivo ou negativo (explicarei mais pra frente) essas duas pessoas podem se tornar amigos. “Amizade entre homem e mulher? Isso não existe!” Dirá a maioria dos homens. Discordarei destes e serei interpelado com a seguinte afirmação “Sempre que um homem se aproxima de uma mulher ele tem interesse, só ta arrumando uma desculpa pra se aproximar. Nisso eu devo concordar, com tudo, sobre um ponto de vista diferente.
Toda relação interpessoal é gerada por algum interesse seja entre pessoas de sexo oposto ou do mesmo sexo, entre um aluno e um professor, entre o empregado e o chefe, entre amigos ou entre namorados. Sempre existe interesse, independente da relação ou do sexo das pessoas envolvidas. Um aluno tem interesse no conhecimento do professor, o empregado tem interesse no salário que recebe trabalhando para o chefe e o chefe nos serviços que o empregado oferece. Amigos têm interesse em conhecer alguém, em conversar, saber sobre o outro. A relação de namoro surge quando o interesse é na pessoa, quando você se interessa pela personalidade e pensa “esse é o tipo de pessoa que eu quero ter ao meu lado”.
Sendo assim quando temos um homem e uma mulher juntos podemos ter amizade, gerada por qualquer que seja o interesse, e muitas vezes amizade gera outros sentimentos, é ai que os verdadeiros riscos surgem. Antes de falar desses riscos vou destrinchar um raciocínio e espero que vocês me acompanhem. Vamos lá:

O que é necessário para que surja um namoro? É preciso que as duas pessoas aceitem isso.
Certo. E quais fatores podem fazer com que as duas pessoas queiram isso? Coisas como gostar da companhia da outra, sentir atração física, gostar da personalidade da pessoa, ter vontade de contar sobre seu dia e ouvir sobre o dia do outro...
Perfeito. Um cara pode gostar da companhia da amiga? Claro, amizade também é isso!
Uma garota pode sentir atração física por um amigo? Pode. Essas coisas acontecem!
Amigos gostam da personalidade uns dos outros? Mesmo sempre existindo alguma coisa que não agrada em um amigo a maior parte da personalidade dele é considerado admirável. Se não fosse assim não seriam amigos.
Amigos falam sobre o seu dia com uma amiga? Fala, é sempre bom desabafar e contar os casos pra alguém e sendo do sexo oposto podemos entender, ou pelo menos tentar, o que eles pensam.
Amigas gostam de ouvir sobre a vida dos amigos? Claro que sim! Quem não gosta de uma fofoca?!
Então se juntarmos todos os pontos veremos que Amigos podem vim a ser namorados, certo? Claro... Que não, tá louco?!
Porque não?


[Continua...] 

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Fazendo dar Certo

O que é preciso pra que um relacionamento de certo? Há alguns tempo atrás estava conversando com uma amiga sobre o que era preciso pra um relacionamento dar certo.
Ela vive um relacionamento que já dura quatro anos e nove meses. Podemos afirmar que esse relacionamento é um relacionamento que está dando certo. Ficamos nos indagando sobre o que tinha sido feito pra dar certo já que eles formam um casal atípico. Segundo ela muito se deve a contenção de impulsos e as personalidades deles. Eu dei a ela uma explicação diferente para ter dado certo. Essa explicação, acredito eu, pode se aplicar a outras situações.

Conceito x Consenso

O problema dos relacionamentos atuais é que eles seguem o consenso geral. É consensual que um namoro precisa de um pedido (feito pelo homem) Não sem antes passar por toda uma burocracia.  Começa com os flertes, começam a se conhecer mais profundamente, ficam uma vez; depois mais uma e outra até que começam a ficar só um com o outro, ai, depois de um tempo o cara chega e faz o pedido oficial e então começa o namoro.
Assim como no inicio existe essa “metodologia” o decorrer do relacionamento também segue uma ordem. Começa bem, vai esfriando com o tempo, os dois envolvidos acabam ficando acomodados até que algo ou alguém mais interessante surge pra um deles ou então um deles simplesmente se cansa e então a relação termina.
Existem também namoros conceituais. Estes são mais difíceis de ver por ai. São relacionamentos chamados de namoro pelo simples conceito de namoro. Não existiu Pedido, não se seguiu a ordem dos acontecimentos e estes não foram bem definidos. Meu maior exemplo de namoro conceitual é o citado lá em cima.
No caso deles o período de flerte foi inconsciente. Aconteceu com a convivência coisas do jeito de ser de cada um que chamava a atenção do outro. Eles se conheceram melhor durante o período de amizade. Eles nem chegaram a ficar. Desde o primeiro beijo eles já estavam namorando (mesmo eles não sabendo disso). Não houve nem mesmo um pedido de namoro. Eles simplesmente estavam namorando. Puramente conceitual. Talvez o que tenha feito dar certo foi exatamente isso. Fugir do padrão. Não cair no lugar comum, quebrar as regras. Muitas vezes é isso que falta para um namoro dar certo.
 Outro fator que ajuda na consolidação de um relacionamento é o plano de fundo. Toda relação que tem inicio depois de uma historia complexa tende a ser mais maciça. Seja uma mudança pra São Paulo, um trabalho voluntário ou uma longa amizade que começa a ficar diferente depois do primeiro ano de convivência quando há uma historia anterior ao namoro o namoro tende a se consolidar pelas lembranças. Evitando, obviamente, que os bons momentos fiquem apenas em lembranças fazendo com que o presente possa vim a ser uma boa lembrança daqui a algum tempo.
Na conversa que tive com essa amiga eu cheguei a mesma conclusão que vou chegar aqui. Não existe uma formula para que um relacionamento dê certo, na verdade deve-se fugir das formulas para que exista uma maior chance de sucesso. Fujam do consenso. E lembrem-se que para que um experimento de certo é preciso conhecer o conceito sobre o que esta sendo experimentado.          

sábado, 25 de julho de 2009

Felizes Para Sempre, ou, A Vida Depois do Conto de Fadas

Toda mulher, quando menina, ouvia as historias das princesas da Disney. O tipo de historia que tem sempre o mesmo final. “e forma felizes para sempre”. Seja a princesa que foi acordada pelo beijo do príncipe depois do longo sono causado pela bruxa malvada, a que teve o feitiço quebrado também, pelo beijo do príncipe, após comer a maça envenenada, ou, a jovem menina que era maltratada pela madrasta e é salva pelo príncipe e o sapatinho de cristal, todas elas terminam felizes para sempre com seus respectivos príncipes encantados.
As meninas crescem e vivem iludidas com a idéia de que um dia um príncipe encantado vai chegar e ela, junto com ele, viverá feliz para sempre. No entanto, o que se esquece de dizer é o significado de “felizes para sempre”.
Se formos fazer uma analogia com a vida real a historia contada nesses contos de fadas são como o período da conquista e o inicio do namoro. Tudo é muito bonito, o cara ta sempre querendo agradar a garota e ela o acha o homem perfeito, ou se preferir, o Príncipe Encantado. O conto de fada perdura por algum tempo. Alguns duram pouco, assim como o namoro em questão, outros duram um pouco mais, um ano, dois anos, com sorte três. É ai que vem o “felizes para sempre”.
O que nenhuma menininha sabe é que a tradução correta para felizes para sempre é acomodados até quando der. Pelo menos não até viverem na pele o conto de fadas até esse ponto. Ouço muitas reclamações de amigas minhas (sim, eu acredito em amizade homem x mulher) falando que o namorado não está do mesmo jeito que antes, que antes ele era mais romântico, que antes ele se importava mais com o relacionamento. Já cheguei a ouvir reclamações de namorados que ia pra casa da namorada só pra almoçar e dormir. Chegava ao cumulo de não dar nem em ao menos dar um beijo (beijo de verdade) na namorada.
Ao que me parece, com o tempo, os homens acabamos ficando acomodados com a situação do namoro. Ele tem uma mulher fixa pela qual ele já fez muito esforço pra conquistar. Sendo assim, ele não precisa fazer mais nada para manter ela ao seu lado. Ai que esta o engano.
As mulheres, pelo que eu pude ver nesse meu curto período de vida, têm a mania, às vezes irritante, de não falar o que quer diretamente. Ela tentar fazer com que nós entendamos o que elas querem, muitas vezes usando psicologia reversa, na tentativa de nos instigar a agir. O que elas não sabem (ou não sabiam ate agora) é que nós homens não lemos pensamentos e geralmente agimos de acordo com que elas dizem. Se uma mulher diz “não precisa me dar presente” o cara que já ta namorando há muito tempo vai entender que não precisa comprar presente mesmo, diferente do cara em inicio de relacionamento que ta sempre querendo agradar.
Ela vai fazer o possível pra não demonstrar que está triste, ate pra não deixar o cara se sentindo culpado, mas no fundo ela vai pensar “como ele não entendeu que eu queria um presente diferente daquela blusinha comum que todo ano ele compra na mesma loja porque sabe que eu gosto de lá e prefere não arriscar me dar alguma coisa diferente que eu não goste.”
Muitas mulheres acabam também aceitando o comodismo e continuam com o cara pelo costume. Não é difícil você ouvir “eu me acostumei a estar com ele”. E é desse tipo de situação que surgem algumas traições. O cara não está mais comparecendo, ou melhor, há muito tempo que o casal não transa. Aparece outro cara dando em cima dela. Aquele típico cara que só de olhar a mulher sabe ele não quer nada mais do sexo. Algumas não traem, se mantêm firmes, mas outras acabam traindo. E eu não as condeno por isso. Por mais que a maioria não goste de dizer e algumas neguem ate a morte as mulheres também têm certa necessidade de fazer sexo. Na grande maioria preferem que seja com alguém especial, mas acontece de rolar também o, cada vez mais comum, sexo casual. No caso dos homens pra alguns fica faltando à necessidade de conquistar, sendo assim eles acabam em noitadas com os amigos solteiros praticando sua capacidade de conquista nas “mulheres de uma única noite” sem se tocar que a mulher dele está em casa precisando ser conquistada a cada dia.
Alem do sexo às vezes, na verdade na maioria das vezes, a mulher acaba traindo não pelo sexo mais pela necessidade de carinho que ela acaba encontrando em outro cara que ainda ta na fase da conquista ou então naquele amigo que há muito tempo vem chamando atenção dela.
O comodismo é um mal parasitário, no entanto um mal fácil de se combater. Nada que um pouco de ousadia ,seja por parte dele ou dela, não resolva.